
Esta foi uma daquelas semanas em que as horas são meros números sem qualquer poder de controlo sobre mim. Só existiram dois momentos capazes de rotinar esta semana: Um deles era quando começava a música, o outro...era quando acabava. À medida que as batidas faziam estremecer esta armadura do meu eu, pelas frestas fui semeando sensações a mandato desta incontrolável, impulsiva e amoral líbido. Desgraçada, sempre a abusar dos meus sentidos para me controlar, tratando-me como uma marioneta. Mas isto não é tudo, fiquei pior que estragado quando constatei que não sou o melhor amigo da minha libído, não... o melhor amigo dela é o álcool... disse-me apesar da relação profissional que mantinham (o alcoól facilitava-lhe o caminho para o negócio aguçando-lhe as capacidades de negociação e dava-lhe o desplante para arriscar sem medo, em troca a líbido fazia com que eu empregasse mais alcool nos quadros empresariais das minhas sinapses levando a minha racionalidade quase à falência.), nos meus tempos livres passavam muito tempo juntos e queriam continuar assim...de mão dada continuando a fugir a opressores de consciência e uando-me para se satisfazerem.
Ora depois de um descaramento destes por parte da minha líbido tinha que pedir explicações a uma entidade superior e entendida no assunto. Lá me fiz à estrada e passados poucos milésimos de segundo já avistava a placa que tinha esctreito PERSONALIDADE. Ali não existiam prédios, hipocrisia; estradas; maldade; motores; crueldade; engrenagens. Existiam sim ávores, descontração; rios talhados pela força dos momentos que iam correndo; amor; longos relvados onde pessoas sentadas em mantas riam por entre mais um cigarro; havia ainda um céu repleto de sonho e imaginação onde por vezes as nuvens se tocavam e faziam precipitar palavras que molhavam todos, mas mais aqueles que dançavam enquanto estas caiam deixando-se molhar alegremente.
Tinha acabado de chegar, troquei uns breves pensamentos com algumas memórias que caminhavam perto e qual não é o meu espanto, quando olho para um grupo de traços do que sou sentados numa manta em amena cavaqueira com a líbido. Ora isto ainda me deixou mais confuso. Preciam conhecer-se há anos, e não pude deixar de ignorar a parecença mental que existia entre a minha líbido e os traços do que sou...Será esta manipuladora líbido apenas um buraco negro que suga a imoralidade das coisas para nosso prazer (meu e dela), ou mais que isso, será um traço do que sou?